sexta-feira, 24 de abril de 2009

Mamonas Assassinas

Os Mamonas Assassinas foram sem dúvida nenhuma o maior sucesso de toda história do pop brasileiro. Suas letras sacanas e escrachadas, seus arranjos criativos e presença brincalhona do vocalista Dinho garantiram ao grupo espaço junto ao público adolescente e, para a própria surpresa deles, infantil. Tanto que foram o primeiro grupo brasileiro que em seu primeiro disco vendeu mais um milhão de cópias.

No começo era o Utopia, uma banda especializada em covers de grupos como Rush e Legião Urbana. Certo dia eles faziam um show num ginásio na cidade de Guarulhos quando o público pediu para que cantassem uma música do GunsN'Roses. Como nenhum dos integrantes do Utopia sabia a letra, convidaram alguém da platéia para assumir o vocal. Foi aí que Dinho se apresentou. Ele também não sabia a letra, mas provocou tantas gargalhadas no público com as palhaçadas que fez no palco, que acabou sendo convidado a fazer parte da banda.

Com um novo integrante, o grupo começava a percorrer a periferia de São Paulo. Gravaram inclusive um disco, que não chegou a vender mais de 100 cópias. Tentavam se impor pela seriedade, mas acabavam sempre caindo no escracho: "Mesmo cantando músicas sérias, já tínhamos a mania de passar a mão na bunda um do outro no palco", explicava Dinho. Além disso, era comum fazerem músicas com letras engraçadas, brincando com a cara de amigos e parentes. Tão engraçadas que resolveram arriscar uma mudança de rumo.

Para começar mudaram o nome da banda, afinal não ficava bem uma banda com o nome de Utopia cantar aquele tipo de música. Entre as muitas idéias que apareceram pode-se destacar Os Cangaceiros De Teu Pai, Coraçõezinhos Apertados, Uma rapa de Zé e Tangas Vermelhas. Mamonas Assassinas foi o escolhido porque, segundo Dinho, "foi o que mais fez a gente rir". Hilária também era a versão em inglês do nome do grupo, indicando que na verdade as "mamonas" não eram as tão inocentes frutinhas que as crianças pensavam: The Killer Big Breasts.

Com a fita-demo pronta, agora era com as gravadoras... e foi a EMI que acabou lançando os Mamonas Assassinas. Nessa contratação há o papel decisivo de Rafael, o filho do diretor artístico da EMI-Odeon João Augusto Soares e baterista do grupo Baba Cósmica, que tanto encheu tanto o saco do pai que este foi conferir e gostou do que viu. E assim, no dia 28/04/1995, foi assinado o pedaço de papel mais importante da vida dos fabs five de Guarulhos.

Além disso, no dia 09/05/1995, os Mamonas Assassinas, graças ao trabalho de uma assessora de imprensa contratada pelo empresário do grupo (e praticamente o sexto Mamona), Rick Bonadio, o Creuzebek, fazem sua estréia nacional em grande estilo: no programa Jô Soares Onze e Meia. Estava aberta a porta para o sucesso.

Sucesso este que se refletiu em uma média de 5 shows por semana, em milhões de cópias vendidas, em centenas de milhares de fãs espalhados pelo Brasil e pelo mundo. E foi assim, no sucesso, que eles se foram, no dia 02/03/1996, quando o avião onde eles viajavam se chocou com a Serra da Cantareira, em São Paulo. Ou, como diria a rapaziada em sua tão conhecida irreverência e alegria: "O piloto deu sinal de luz, mas o morro não saiu da frente."

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